quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Os Cimos": um conto sobre a falta



Escrito por Ana Lucia Magela
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A criança, personagem do conto, não tem um nome. É apresentada aos leitores como: “De sorte que de novo o Menino”... O “de novo” e o desenrolar da estória nos fazem crer que se trata do mesmo personagem do conto “As margens da alegria”, que abre o livro “Primeiras Estórias”, onde “Os Cimos” se inserem como último conto. Assim, na primeira e na última estórias, o personagem Menino parece ser o mesmo, como também o é a cidade para onde viaja; em ambas estórias, ele não tem um nome próprio.
Por que este Menino não tem nome? Atribuir um nome a algo ou a alguém é particularizá-lo, distingui-lo dos demais. Mesmo no caso de nomes próprios triviais, os sobrenomes tentam individualizar seus portadores. Já coisas diversas e com mesmos nomes costumam ser vistas como bizarrices ou motivo para confusões. Os nomes são significantes e, como tais, portam significados.
Particularmente, os nomes próprios têm sido, ao longo da história humana, objetos de estudo de genealogias e mitologias. Esses estudos buscam as linhagens, origens remotas, míticas, alianças simbólicas, que tentam esclarecer os nascedouros e significados dos nomes sendo, muitas vezes, agregados como características dos portadores. Todos já ouvimos dizer que “um nome tem força”. Já houve um tempo em que pronunciar o nome de algumas doenças, particularmente as estigmatizantes, era proibido ou visto como nefasto.
Quando nos apresentamos a desconhecidos, pronunciamos nosso nome e ouvimos o nome da outra pessoa que se apresenta, para que, entre a palavra (o nome) e a coisa possa ser estabelecida uma relação e para que não nos confundamos. Nas intenções, em preces, pedimos por alguém e a nomeamos. O mesmo ocorre nos desejos de malefícios, eles são dirigidos a alguém, portador de um nome, que é pronunciado ou escrito. O nome, portanto, individualiza.
Seria este Menino uma generalização proposta pelo autor? Estaria o Menino ocupando um lugar que é de cada um e de todos nós? A criança primordial, sujeito do inconsciente? Apresentaria ele atributos que nos acompanham ao longo de nossa existência? Seria ele nossa imagem refletida numa fase da infância, nosso infortúnio em busca de uma completude, cindida na perda irrecuperável? Quem sabe ele, propositalmente, não é nomeado para que nos inclua, não é particularizado para ser o espelho de cada um de nós? Em vários contos de G.Rosa encontramos personagens sem nomes próprios. São exemplos: Pai, Mãe, Moça, Meu amigo, Rapaz, Homem, Tio, Tia... muitas vezes grafados com a primeira letra em maiúsculo, mas, particularmente neste conto, poderíamos encontrar, na não nomeação, a astúcia de Ulisses no seu encontro com o Ciclope, quando se apresentou como “Outis” ou “Ninguém”? O Ciclope ferido grita o nome de quem o feriu, afirmando ter sido “Ninguém”; portanto, alguém impossível de se saber quem era.
Se a viagem anterior (em As margens da alegria) era “inventada no feliz”, esta outra “era uma íngreme partida”, tanto que o subtítulo da primeira parte do conto é: “O inverso afastamento”. Inverso, como contrário, invertido, oposto à ordem natural. O Menino “entrara aturdido no avião, a esmo tropeçante, enrolava-o de por dentro um estufo de cansaço; fingia apenas que sorria”. (p. 148) A Mãe, da qual era apartado, estava doente e esta era a causa da separação que ele pressentia ser longa, uma vez que levavam com ele seus brinquedos, entre eles o que a tia entregara-o na mão, o boneco macaquinho, que era seu preferido, para “dar sorte”.
Metonimicamente, o boneco macaquinho guarda relação com o prazer do tempo da infância, “o que é bom, no meio do que é ruim” (JESUS, 2001, p. 730), mas o Menino também não se sente autorizado para a alegria:
“concebia um remorso, de ter no bolso o bonequinho macaquinho[...] Devia jogar fora? Não, o macaquinho de calças pardas se dava de também miúdo companheiro, de não merecer maltratos. Desprendeu somente o chapeuzinho com a pluma, este sim, jogou, agora não havia mais” (p. 149).
Algum exercício de separação fazia necessário se impor, mas também um amparo do companheiro, mesmo “miúdo” preservava, uma vez que não contava ali com a proteção materna. O afastamento da Mãe doente já se configura como uma perda. O Menino teme que ela morra - a maior de todas as perdas. O jogar fora o chapeuzinho de plumas do boneco-macaquinho simboliza esta perda, “agora não havia mais”. Este gesto nomeado nos remete ao primeiro momento do jogo “Fort-Da”, descrito por Freud, na observação da brincadeira do neto de dezoito meses, com um carretel preso a um barbante. A ausência arbitrária da Mãe é um rompimento, determinado pela doença dela e pela forçada viagem do Menino para longe dela. Jogar fora o chapéu do boneco-macaquinho é um recurso simbólico do qual lança mão para uma reserva de libido no enfrentamento da situação, ou seja, fazer o Outro desaparecer para tornar a sua falta tolerável. O chapéu é jogado fora, destaca uma parte, (ausência) mas resta o boneco-macaquinho (presença), como objeto transicional (Winnicott, 1975) que continua lhe pertencendo com valor regressivo e defensivo.
Os objetos transicionais, para Winnicott, são simbolizações que podem ser criadas nas angústias de separação, capazes de restaurar o sentimento de continuidade necessário ao desenvolvimento de unidade, diverso da busca de completude fusional. Tais objetos não estão nem dentro, nem fora da criança, mas numa terceira àrea de ilusão, de fantasia, uma zona intermediária e transitória. Embora o boneco-macaquinho exista concretamente, a relação do Menino com este objeto é simbolizada e substitutiva: “O pobre do macaquinho, tão pequeno, sozinho, tão sem mãe; pegava nele, no bolso, parecia que o macaquinho agradecia, e, lá dentro, no escuro, chorava” (p. 149)
Na lenda de Vasalisa, um antigo conto russo, também uma boneca-amuleto lhe é dada pela mãe agonizante: “Se você se perder ou precisar de ajuda, pergunte a boneca o que fazer. Você receberá ajuda. Guarde sempre a boneca” (ESTÉS,1999, p. 100). Vasilisa e o Menino guardarão a boneca e o macaquinho no bolso, próximo ao corpo. Para Vasalisa, a boneca-amuleto é um trunfo importante no enfrentamento das maldades que está por viver após a morte da mãe. Ela lhe ajudará em sua iniciação e conservará, tal como o boneco macaquinho, um caráter metonímico. Para Vasalisa, a primeira tarefa a ser cumprida é a de “permitir a morte da mãe-boa-demais”, “a mãe dos dentes de leite”, sempre vigilante e protetora, não mais adequada como guia. Mas desta mãe recebeu ela a preciosa bonequinha... A “mãe-boa-demais” retirou, de debaixo das cobertas, uma bonequinha que, “como a própria Vasalisa, usava botas vermelhas, avental branco, saia preta e colete todo bordado com linha colorida”( ESTÉS, p. 100). O legado materno é uma réplica minúscula da própria filha, ou seja, já não são mais, ela e a mãe, uma unidade total, idealizada.
Ambos os bonecos, como objetos metonímicos, são o que restou das perdas, restos vivos que assinalam as presenças das mães distantes, tanto geograficamente quanto pela morte. É através da fantasia, deste artifício, que se torna possível às crianças o enfrentamento do real (separação e morte). Como objetos metonímicos, os brinquedos conservam a conecção - o boneco-macaquinho era o preferido pelo Menino (laço de apego que também o liga à mãe) e a boneca de Vasalisa lhe tinha sido entregue pela mãe, no leito de morte. Mediante uma relação de contigüidade, ambos medeiam estes filhos às genitoras, e como significantes da cadeia, sempre estarão ligando-os às mães, numa sequência de arranjos narrativos. (Salztrager, R. 2006)
Quanto a Vasalisa, a lenda diz que ela e o pai choraram a morte da mãe por muito tempo, mas o pai volta a se casar. Vasalisa passa a ter uma madrasta que traz para morar na mesma casa também suas duas filhas, aí, começam os sofrimentos de Vasalisa e ela é forçada a fazer sua iniciação. A boneca tem importância até que a perda seja simbolizada e na elaboração da falta, o Outro-mãe vai definhando e se torna rarefeita. Vasalisa aprende a deixar morrer o que precisa morrer.
Em “Os Cimos” fica explícita a alienação do Menino no assujeitamento à Mãe.
“Mas a Mãe, sendo só alegria de momento. Soubesse que um dia a mãe tinha de adoecer, então teria ficado sempre junto dela, espiando para ela, com força, sabendo muito que estava e que espiava com tanta força, ah. Nem teria brincado, nunca, nem outra coisa nenhuma, senão ficar perto, de não se separar nem para um fôlego, sem carecer de que acontecesse o nada” (p. 149).
Até mesmo o mais vital “fôlego” se faria dispensável na contemplação simbiótica da Mãe, na vivência desta unidade perfeita. “Nem brincado” - tão essencial à infância! Também parece agora dispensável ao Menino e, com lucro, substituído pelo “voyerismo” dedicado.
Algumas lacunas permanecem na tentativa de análise e só podem ser delineadas através da especulação: Qual seria a idade do Menino? É sabido que a ilusão de onipotência infantil pode ir dos 4 a 30 meses, mas que o espaço transicional pode ser reaberto em alguns momentos específicos da vida. A produção de objetos transicionais mediadores assegura o poder criativo do ser humano no decorrer da vida. De uma primeira posse “não-ego” até respostas provisórias a demandas pulsionais, os objetos transicionais servem para ir demarcando, como uma zona intermediária, os limites do dentro e do fora e quando já é possível dispensá-los, não requerem trabalho de luto. Talvez o Menino esteja lá pelos seus 6 a 7 anos, vivenciando o desamparo de uma situação em que não pode contar com a proteção da mãe, ainda tardiamente “necessária”. Quebrada a ordem nirvânica, o Menino se depara com a desordem e percebe que a harmonia não existe, que a felicidade é transitória, com a procura daquilo que não pode ser achado. Não pode haver separação sem alienação:
“Enquanto a gente brincava, descuidoso, as coisas ruins já estavam armando a assanhação de acontecer: elas esperavam a gente atrás das portas” [...] “a gente nunca podia apreciar, direito, mesmo, as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Às vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando arrumado. Ou esperadas, e então não tinham o gosto de tão boas, eram só um arremedo grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de lado e do outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas, acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com aquelas, para o completo. Ou porque, mesmo enquanto estavam acontecendo, a gente sabia que elas estavam caminhando, para se acabar, roídas pela horas, desmanchadas...” [...] “A vida não parava nunca, para a gente poder viver direito concertado?”(p. 150-151-149)
Por outro lado, não se dá conta de saber pela leitura se esta Mãe antecipava todas as necessidades deste filho, ou se ela se mostrava falível, faltante e incompleta. Seria ela a Mãe-boa-demais ou uma Mãe simbólica, não plena, como a denominava Lacan? E quanto ao significante Nome-do-Pai? Seria lacunar para este Menino? Só o Menino nos fala da Mãe e do esforço em ser seu quimérico objeto de desejo. Mas,
“O papel da mãe é o desejo da mãe. É capital. O desejo da mãe não é algo que se possa suportar assim, que lhes seja indiferente. Carreia sempre estragos. Um grande crocodilo em cuja boca vocês estão – a mãe é isto. Não se sabe o que lhe pode dar na telha, de estalo fechar sua bocarra”. (LACAN, Seminário17, p.105)
“A Mãe da gente era a Mãe da gente, só; mais nada” (p. 152) Uma frase instigante, um enigma! O tempo do verbo pode nos falar do sentimento de perda: “era” - já não é. Seria esta perda física, iminência da morte? Seria ela de ordem simbólica, borda da separação de onde pode emergir um incipiente sujeito, com manifestação de desejo por algo mais? “Só; mais nada”: Só significando tudo ou muito pouco? Ou, quem sabe, apenas parte, donde se poderia depreender que ele pode desejar além de... como um sujeito, agora, desejante e não só demandante, não mais assujeitado mas, dentro já da Lei da linguagem? “Ainda que a gente quisesse, nada podia parar, nem voltar para trás, para o que a gente já sabia e de que gostava”(p. 150) O sofrimento do Menino no encontro com o real é manifesto no sentimento de solidão, só atenuado pelo brinquedo macaquinho, que já não fica apenas na mesa de cabeceira, mas, agora, em sua cama, no travesseiro e parece “quase também, feito um muito velho menino”.
Um fato novo vai acontecer, pela manhãnzinha: a chegada de um tucano na árvore do quintal. São tantas cores a fascinar o olhar lacrimoso do Menino!
“Toda luz era dele, que borrifava-a de seus coloridos [...] No topo da árvore, nas frutinhas, tuco,tuco... daí limpava o bico no galho. E, de olhos arregalados, o Menino, sem poder segurar para si o embevecido instante, só nos silêncios de um-dois-três.”(p. 151)
Tal é o encantamento que o Menino “Não pudera combinar com o vertiginoso instante a presença de lembrança da Mãe” e nem mesmo tivera a ideia de tirar o macaquinho do bolso para que ele apreciasse a bela visão.
A lembrança da Mãe doente e distante é uma peleja insuportável, mas, agora...
“Havia o tucano – sem jaça – em vôo e pouso e vôo. Cada madrugada, à horinha, o tucano, gentil, rumoroso: ...chégochégochégo... - em vôo direto, jazido, rente, traçado macio no ar, que nem um naviozinho vermelho sacudindo devagar as velas, puxado; tão certo da plana como se fosse um marrequinho deslizando para a frente, por sobre a luz de dourada água.”(p. 152,3).
Assim, passou-se mais de mês das visitas diárias do tucano, um bando deles ia e vinha, mas só aquele, pelo amanhecer, ficava uns minutos. Pensaram em pegar o tucano! “alçapão, pedrada no bico, tiro de espingarda na asa” E o Menino ficou aflito. Ah adultos! Sequer entenderam a importância do ir e vir do tucano e o que isto representava para o Menino, a visão mágica, a ascese que era um “transbordamento do coração. O Menino o guardava, no fugidir, de memória, em feliz vôo, no ar sonoro, até a tarde.”(p. 153) De novo, a expectativa das idas e vindas do tucano nos remetem ao Fort-Da com uma modalidade distinta. O Menino não inventa o jogo aparecer/desaparecer do tucano, nem o controla, mas há uma organicidade no evento que se ritualiza:
“De novo, de manhã, se endereçando só àquela árvore de copa alta [...] Cada madrugada, à horinha [...] Só aquele ficara, porém para cada amanhecer [...] Com os olhos tardos tontos de sono [...] o Menino apressuradamente se levantava e descia ao alpendre, animoso de amar”(p. 153).
Assim, percebe-se certa interatividade entre o Menino e o ir e vir do tucano: “Esperava o tucano, que chegava, a-justo, a-tempo, a-ponto, às seis-e-vinte da manhã” (p. 153) A repetição entre o aparecimento/desaparecimento da ave pode se colocar como representação da perda, onde cada retorno se torna, um artifício mnêmico do reencontro com a Mãe.
Guimarães Rosa subintitula estas duas partes da estória como: “Aparecimento do pássaro” e “O trabalho do pássaro”. O termo “trabalho” é significativo e nos faz pensar na elaboração do luto. Desde que se afastou da mãe, o Menino tem superinvestido nesta perda, com enorme gasto energético e à deriva. Como a Mãe é um objeto de forte investimento emocional, o luto se tornou um processo trabalhoso e lento e a falta difícil de ser simbolizada. Ele passou pela culpa, pela rememoração da perda, pela concentração nesta dolorosa ausência, torporoso, sem disponibilidade para nada do que ocorria à sua volta, desinteressado de tudo, malgrado os esforços dos familiares para que ele se entretesse. O boneco-macaquinho foi uma fantasia no caminho da elaboração do luto, todavia, com o “trabalho do pássaro”, trabalho de interatividade entre o Menino e este outro símbolo, surge uma nova de possibilidade de representação: “quando o pássaro, seu raiar, cada vez, era um brinquedo de graça [...] O vôo do pássaro habitava-o [...] A tornada do pássaro era emoção [...] um transbordamento do coração” (p. 154) .
Não se trata, ainda, de uma descostura da libido investida no objeto perdido, nem mesmo da prova de realidade, mas sim um desdobramento de suas representações.
Chega um telegrama informando que a Mãe estava curada e depois do último vôo do tucano o Menino e o Tio estariam de volta para casa.
Ficavam saudades... Já dentro do avião... um susto! O boneco-macaquinho não estava no bolso onde sempre o guardava! Como fora perdê-lo? O “ajudante do piloto” socorre“ - Espia, o que foi que eu achei, para Você.” O Menino em lágrimas segurou o chapéuzinho e guardou-o no bolso. “Não, o companheiro Macaquinho não estava perdido, no sem-fundo escuro do mundo [...] Decerto, ele só passeava lá, [...] aonde as pessoas sempre iam e voltavam” (p. 155) Agora podia sentir e ajuntar todas as coisas boas: a Mãe salva, o macaquinho com a gravata verde do Tio, as árvores altas do terreirinho, o vôo do tucano a comer as frutinhas, na copa das árvores, o jeep e os solavancos, todas as paisagens “fora das molduras”.
“O trabalho de luto. Não basta perder o objeto. Há que parí-lo das entranhas da palavra e da dor, para reencontrar o vazio que ele ocupava. E a partir daí, remontar, plano por plano, a cena da vida. Há que tecer novas tramas, com o mesmo fio. Bordear a ferida, a fenda rasgada na leveza insustentável do véu que nos suporta. Bordar em torno dela, recuperando o fio partido, os elos de uma cadeia na qual se possa emendar os outros fios. Dizê-los. Até que também do nosso destino não reste mais que este traçado. A nossa escrita no mundo” (VALORE, A.M.S.2001).
Se O Menino foi bem sucedido em seu trabalho de luto, o autor não nos contou e ficamos com a dúvida se a experiência de perda vivida permitiu a ele a consciência da transitoriedade. Não há porque lamentar o sumiço do macaquinho. O Menino tem consigo, guardado no bolso, o chapeuzinho de plumas e o amigo macaquinho não está perdido no desvão do mundo, “ele só passeava lá, aonde as pessoas sempre iam e voltavam”...

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