Escrito
por Ana Lucia Magela
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A
criança, personagem do conto, não tem um nome. É apresentada aos leitores como:
“De sorte que de novo o Menino”... O “de novo” e o desenrolar da estória nos
fazem crer que se trata do mesmo personagem do conto “As margens da alegria”,
que abre o livro “Primeiras Estórias”, onde “Os Cimos” se inserem como
último conto. Assim, na primeira e na última estórias, o personagem Menino
parece ser o mesmo, como também o é a cidade para onde viaja; em ambas
estórias, ele não tem um nome próprio.
Por que este Menino não tem nome? Atribuir um nome a algo ou
a alguém é particularizá-lo, distingui-lo dos demais. Mesmo no caso de nomes
próprios triviais, os sobrenomes tentam individualizar seus portadores. Já
coisas diversas e com mesmos nomes costumam ser vistas como bizarrices ou
motivo para confusões. Os nomes são significantes e, como tais, portam
significados.
Particularmente, os nomes próprios têm sido, ao longo da
história humana, objetos de estudo de genealogias e mitologias. Esses estudos
buscam as linhagens, origens remotas, míticas, alianças simbólicas, que tentam
esclarecer os nascedouros e significados dos nomes sendo, muitas vezes,
agregados como características dos portadores. Todos já ouvimos dizer que “um nome
tem força”. Já houve um tempo em que pronunciar o nome de algumas doenças,
particularmente as estigmatizantes, era proibido ou visto como nefasto.
Quando nos apresentamos a desconhecidos, pronunciamos nosso
nome e ouvimos o nome da outra pessoa que se apresenta, para que, entre a
palavra (o nome) e a coisa possa ser estabelecida uma relação e para que não
nos confundamos. Nas intenções, em preces, pedimos por alguém e a nomeamos. O
mesmo ocorre nos desejos de malefícios, eles são dirigidos a alguém, portador
de um nome, que é pronunciado ou escrito. O nome, portanto, individualiza.
Seria este Menino uma generalização proposta pelo autor?
Estaria o Menino ocupando um lugar que é de cada um e de todos nós? A criança
primordial, sujeito do inconsciente? Apresentaria ele atributos que nos
acompanham ao longo de nossa existência? Seria ele nossa imagem refletida numa
fase da infância, nosso infortúnio em busca de uma completude, cindida na perda
irrecuperável? Quem sabe ele, propositalmente, não é nomeado para que nos
inclua, não é particularizado para ser o espelho de cada um de nós? Em vários
contos de G.Rosa encontramos personagens sem nomes próprios. São exemplos: Pai,
Mãe, Moça, Meu amigo, Rapaz, Homem, Tio, Tia... muitas vezes grafados com a
primeira letra em maiúsculo, mas, particularmente neste conto, poderíamos
encontrar, na não nomeação, a astúcia de Ulisses no seu encontro com o Ciclope,
quando se apresentou como “Outis” ou “Ninguém”? O Ciclope ferido grita o nome
de quem o feriu, afirmando ter sido “Ninguém”; portanto, alguém impossível de
se saber quem era.
Se a viagem anterior (em As margens da alegria) era
“inventada no feliz”, esta outra “era uma íngreme partida”, tanto que o
subtítulo da primeira parte do conto é: “O inverso afastamento”. Inverso, como
contrário, invertido, oposto à ordem natural. O Menino “entrara aturdido no
avião, a esmo tropeçante, enrolava-o de por dentro um estufo de cansaço; fingia
apenas que sorria”. (p. 148) A Mãe, da qual era apartado, estava doente e esta
era a causa da separação que ele pressentia ser longa, uma vez que levavam com
ele seus brinquedos, entre eles o que a tia entregara-o na mão, o boneco
macaquinho, que era seu preferido, para “dar sorte”.
Metonimicamente, o boneco macaquinho guarda relação com o
prazer do tempo da infância, “o que é bom, no meio do que é ruim” (JESUS, 2001,
p. 730), mas o Menino também não se sente autorizado para a alegria:
“concebia
um remorso, de ter no bolso o bonequinho macaquinho[...] Devia jogar fora? Não,
o macaquinho de calças pardas se dava de também miúdo companheiro, de não
merecer maltratos. Desprendeu somente o chapeuzinho com a pluma, este sim,
jogou, agora não havia mais” (p. 149).
Algum exercício de separação fazia necessário se impor, mas
também um amparo do companheiro, mesmo “miúdo” preservava, uma vez que não
contava ali com a proteção materna. O afastamento da Mãe doente já se configura
como uma perda. O Menino teme que ela morra - a maior de todas as perdas. O
jogar fora o chapeuzinho de plumas do boneco-macaquinho simboliza esta perda,
“agora não havia mais”. Este gesto nomeado nos remete ao primeiro momento do
jogo “Fort-Da”, descrito por Freud, na observação da brincadeira do neto de
dezoito meses, com um carretel preso a um barbante. A ausência arbitrária da
Mãe é um rompimento, determinado pela doença dela e pela forçada viagem do
Menino para longe dela. Jogar fora o chapéu do boneco-macaquinho é um recurso
simbólico do qual lança mão para uma reserva de libido no enfrentamento da
situação, ou seja, fazer o Outro desaparecer para tornar a sua falta tolerável.
O chapéu é jogado fora, destaca uma parte, (ausência) mas resta o
boneco-macaquinho (presença), como objeto transicional (Winnicott, 1975) que
continua lhe pertencendo com valor regressivo e defensivo.
Os objetos transicionais, para Winnicott, são simbolizações
que podem ser criadas nas angústias de separação, capazes de restaurar o
sentimento de continuidade necessário ao desenvolvimento de unidade, diverso da
busca de completude fusional. Tais objetos não estão nem dentro, nem fora da
criança, mas numa terceira àrea de ilusão, de fantasia, uma zona intermediária
e transitória. Embora o boneco-macaquinho exista concretamente, a relação do
Menino com este objeto é simbolizada e substitutiva: “O pobre do macaquinho,
tão pequeno, sozinho, tão sem mãe; pegava nele, no bolso, parecia que o
macaquinho agradecia, e, lá dentro, no escuro, chorava” (p. 149)
Na lenda de Vasalisa, um antigo conto russo, também uma
boneca-amuleto lhe é dada pela mãe agonizante: “Se você se perder ou precisar
de ajuda, pergunte a boneca o que fazer. Você receberá ajuda. Guarde sempre a
boneca” (ESTÉS,1999, p. 100). Vasilisa e o Menino guardarão a boneca e o
macaquinho no bolso, próximo ao corpo. Para Vasalisa, a boneca-amuleto é um
trunfo importante no enfrentamento das maldades que está por viver após a morte
da mãe. Ela lhe ajudará em sua iniciação e conservará, tal como o boneco
macaquinho, um caráter metonímico. Para Vasalisa, a primeira tarefa a ser
cumprida é a de “permitir a morte da mãe-boa-demais”, “a mãe dos dentes de
leite”, sempre vigilante e protetora, não mais adequada como guia. Mas desta
mãe recebeu ela a preciosa bonequinha... A “mãe-boa-demais” retirou, de debaixo
das cobertas, uma bonequinha que, “como a própria Vasalisa, usava botas
vermelhas, avental branco, saia preta e colete todo bordado com linha
colorida”( ESTÉS, p. 100). O legado materno é uma réplica minúscula da própria
filha, ou seja, já não são mais, ela e a mãe, uma unidade total, idealizada.
Ambos os bonecos, como objetos metonímicos, são o que restou
das perdas, restos vivos que assinalam as presenças das mães distantes, tanto
geograficamente quanto pela morte. É através da fantasia, deste artifício, que
se torna possível às crianças o enfrentamento do real (separação e morte). Como
objetos metonímicos, os brinquedos conservam a conecção - o boneco-macaquinho
era o preferido pelo Menino (laço de apego que também o liga à mãe) e a boneca
de Vasalisa lhe tinha sido entregue pela mãe, no leito de morte. Mediante uma relação
de contigüidade, ambos medeiam estes filhos às genitoras, e como significantes
da cadeia, sempre estarão ligando-os às mães, numa sequência de arranjos
narrativos. (Salztrager, R. 2006)
Quanto a Vasalisa, a lenda diz que ela e o pai choraram a
morte da mãe por muito tempo, mas o pai volta a se casar. Vasalisa passa a ter
uma madrasta que traz para morar na mesma casa também suas duas filhas, aí,
começam os sofrimentos de Vasalisa e ela é forçada a fazer sua iniciação. A
boneca tem importância até que a perda seja simbolizada e na elaboração da
falta, o Outro-mãe vai definhando e se torna rarefeita. Vasalisa aprende a
deixar morrer o que precisa morrer.
Em “Os Cimos” fica explícita a alienação do Menino no
assujeitamento à Mãe.
“Mas a
Mãe, sendo só alegria de momento. Soubesse que um dia a mãe tinha de adoecer,
então teria ficado sempre junto dela, espiando para ela, com força, sabendo
muito que estava e que espiava com tanta força, ah. Nem teria brincado, nunca,
nem outra coisa nenhuma, senão ficar perto, de não se separar nem para um
fôlego, sem carecer de que acontecesse o nada” (p. 149).
Até mesmo o mais vital “fôlego” se faria dispensável na
contemplação simbiótica da Mãe, na vivência desta unidade perfeita. “Nem
brincado” - tão essencial à infância! Também parece agora dispensável ao Menino
e, com lucro, substituído pelo “voyerismo” dedicado.
Algumas lacunas permanecem na tentativa de análise e só podem
ser delineadas através da especulação: Qual seria a idade do Menino? É sabido
que a ilusão de onipotência infantil pode ir dos 4 a 30 meses, mas que o espaço
transicional pode ser reaberto em alguns momentos específicos da vida. A
produção de objetos transicionais mediadores assegura o poder criativo do ser
humano no decorrer da vida. De uma primeira posse “não-ego” até respostas
provisórias a demandas pulsionais, os objetos transicionais servem para ir
demarcando, como uma zona intermediária, os limites do dentro e do fora e
quando já é possível dispensá-los, não requerem trabalho de luto. Talvez o Menino
esteja lá pelos seus 6 a 7 anos, vivenciando o desamparo de uma situação em que
não pode contar com a proteção da mãe, ainda tardiamente “necessária”. Quebrada
a ordem nirvânica, o Menino se depara com a desordem e percebe que a harmonia
não existe, que a felicidade é transitória, com a procura daquilo que não pode
ser achado. Não pode haver separação sem alienação:
“Enquanto
a gente brincava, descuidoso, as coisas ruins já estavam armando a assanhação
de acontecer: elas esperavam a gente atrás das portas” [...] “a gente nunca
podia apreciar, direito, mesmo, as coisas bonitas ou boas, que aconteciam. Às
vezes, porque sobrevinham depressa e inesperadamente, a gente nem estando
arrumado. Ou esperadas, e então não tinham o gosto de tão boas, eram só um arremedo
grosseiro. Ou porque as outras coisas, as ruins, prosseguiam também, de lado e
do outro, não deixando limpo lugar. Ou porque faltavam ainda outras coisas,
acontecidas em diferentes ocasiões, mas que careciam de formar junto com
aquelas, para o completo. Ou porque, mesmo enquanto estavam acontecendo, a
gente sabia que elas estavam caminhando, para se acabar, roídas pela horas,
desmanchadas...” [...] “A vida não parava nunca, para a gente poder viver
direito concertado?”(p. 150-151-149)
Por outro lado, não se dá conta de saber pela leitura se esta
Mãe antecipava todas as necessidades deste filho, ou se ela se mostrava
falível, faltante e incompleta. Seria ela a Mãe-boa-demais ou uma Mãe
simbólica, não plena, como a denominava Lacan? E quanto ao significante
Nome-do-Pai? Seria lacunar para este Menino? Só o Menino nos fala da Mãe e do
esforço em ser seu quimérico objeto de desejo. Mas,
“O papel
da mãe é o desejo da mãe. É capital. O desejo da mãe não é algo que se possa
suportar assim, que lhes seja indiferente. Carreia sempre estragos. Um grande
crocodilo em cuja boca vocês estão – a mãe é isto. Não se sabe o que lhe pode
dar na telha, de estalo fechar sua bocarra”. (LACAN, Seminário17, p.105)
“A Mãe da gente era a Mãe da gente, só; mais nada” (p. 152)
Uma frase instigante, um enigma! O tempo do verbo pode nos falar do sentimento
de perda: “era” - já não é. Seria esta perda física, iminência da morte? Seria
ela de ordem simbólica, borda da separação de onde pode emergir um incipiente
sujeito, com manifestação de desejo por algo mais? “Só; mais nada”: Só
significando tudo ou muito pouco? Ou, quem sabe, apenas parte, donde se poderia
depreender que ele pode desejar além de... como um sujeito, agora, desejante e
não só demandante, não mais assujeitado mas, dentro já da Lei da linguagem?
“Ainda que a gente quisesse, nada podia parar, nem voltar para trás, para o que
a gente já sabia e de que gostava”(p. 150) O sofrimento do Menino no encontro
com o real é manifesto no sentimento de solidão, só atenuado pelo brinquedo
macaquinho, que já não fica apenas na mesa de cabeceira, mas, agora, em sua
cama, no travesseiro e parece “quase também, feito um muito velho menino”.
Um fato novo vai acontecer, pela manhãnzinha: a chegada de um
tucano na árvore do quintal. São tantas cores a fascinar o olhar lacrimoso do
Menino!
“Toda luz
era dele, que borrifava-a de seus coloridos [...] No topo da árvore, nas
frutinhas, tuco,tuco... daí limpava o bico no galho. E, de olhos arregalados, o
Menino, sem poder segurar para si o embevecido instante, só nos silêncios de
um-dois-três.”(p. 151)
Tal é o encantamento que o Menino “Não pudera combinar com o
vertiginoso instante a presença de lembrança da Mãe” e nem mesmo tivera a ideia
de tirar o macaquinho do bolso para que ele apreciasse a bela visão.
A lembrança da Mãe doente e distante é uma peleja
insuportável, mas, agora...
“Havia o
tucano – sem jaça – em vôo e pouso e vôo. Cada madrugada, à horinha, o tucano,
gentil, rumoroso: ...chégochégochégo... - em vôo direto, jazido, rente, traçado
macio no ar, que nem um naviozinho vermelho sacudindo devagar as velas, puxado;
tão certo da plana como se fosse um marrequinho deslizando para a frente, por
sobre a luz de dourada água.”(p. 152,3).
Assim, passou-se mais de mês das visitas diárias do tucano,
um bando deles ia e vinha, mas só aquele, pelo amanhecer, ficava uns minutos.
Pensaram em pegar o tucano! “alçapão, pedrada no bico, tiro de espingarda na
asa” E o Menino ficou aflito. Ah adultos! Sequer entenderam a importância do ir
e vir do tucano e o que isto representava para o Menino, a visão mágica, a
ascese que era um “transbordamento do coração. O Menino o guardava, no fugidir,
de memória, em feliz vôo, no ar sonoro, até a tarde.”(p. 153) De novo, a
expectativa das idas e vindas do tucano nos remetem ao Fort-Da com uma
modalidade distinta. O Menino não inventa o jogo aparecer/desaparecer do
tucano, nem o controla, mas há uma organicidade no evento que se ritualiza:
“De novo,
de manhã, se endereçando só àquela árvore de copa alta [...] Cada madrugada, à
horinha [...] Só aquele ficara, porém para cada amanhecer [...] Com os olhos
tardos tontos de sono [...] o Menino apressuradamente se levantava e descia ao
alpendre, animoso de amar”(p. 153).
Assim, percebe-se certa interatividade entre o Menino e o ir
e vir do tucano: “Esperava o tucano, que chegava, a-justo, a-tempo, a-ponto,
às seis-e-vinte da manhã” (p. 153) A repetição entre o
aparecimento/desaparecimento da ave pode se colocar como representação da
perda, onde cada retorno se torna, um artifício mnêmico do reencontro com a
Mãe.
Guimarães Rosa subintitula estas duas partes da estória como:
“Aparecimento do pássaro” e “O trabalho do pássaro”. O termo “trabalho” é
significativo e nos faz pensar na elaboração do luto. Desde que se afastou da
mãe, o Menino tem superinvestido nesta perda, com enorme gasto energético e à
deriva. Como a Mãe é um objeto de forte investimento emocional, o luto se
tornou um processo trabalhoso e lento e a falta difícil de ser simbolizada. Ele
passou pela culpa, pela rememoração da perda, pela concentração nesta dolorosa
ausência, torporoso, sem disponibilidade para nada do que ocorria à sua volta,
desinteressado de tudo, malgrado os esforços dos familiares para que ele se
entretesse. O boneco-macaquinho foi uma fantasia no caminho da elaboração do
luto, todavia, com o “trabalho do pássaro”, trabalho de interatividade entre o
Menino e este outro símbolo, surge uma nova de possibilidade de representação:
“quando o pássaro, seu raiar, cada vez, era um brinquedo de graça [...] O vôo
do pássaro habitava-o [...] A tornada do pássaro era emoção [...] um
transbordamento do coração” (p. 154) .
Não se trata, ainda, de uma descostura da libido investida no
objeto perdido, nem mesmo da prova de realidade, mas sim um desdobramento de
suas representações.
Chega um telegrama informando que a Mãe estava curada e
depois do último vôo do tucano o Menino e o Tio estariam de volta para casa.
Ficavam saudades... Já dentro do avião... um susto! O
boneco-macaquinho não estava no bolso onde sempre o guardava! Como fora
perdê-lo? O “ajudante do piloto” socorre“ - Espia, o que foi que eu achei, para
Você.” O Menino em lágrimas segurou o chapéuzinho e guardou-o no bolso. “Não, o
companheiro Macaquinho não estava perdido, no sem-fundo escuro do mundo [...] Decerto,
ele só passeava lá, [...] aonde as pessoas sempre iam e voltavam” (p. 155)
Agora podia sentir e ajuntar todas as coisas boas: a Mãe salva, o macaquinho
com a gravata verde do Tio, as árvores altas do terreirinho, o vôo do tucano a
comer as frutinhas, na copa das árvores, o jeep e os solavancos, todas as
paisagens “fora das molduras”.
“O
trabalho de luto. Não basta perder o objeto. Há que parí-lo das entranhas da
palavra e da dor, para reencontrar o vazio que ele ocupava. E a partir daí,
remontar, plano por plano, a cena da vida. Há que tecer novas tramas, com o
mesmo fio. Bordear a ferida, a fenda rasgada na leveza insustentável do véu que
nos suporta. Bordar em torno dela, recuperando o fio partido, os elos de uma
cadeia na qual se possa emendar os outros fios. Dizê-los. Até que também do
nosso destino não reste mais que este traçado. A nossa escrita no mundo”
(VALORE, A.M.S.2001).
Se O Menino foi bem sucedido em seu trabalho de luto, o autor
não nos contou e ficamos com a dúvida se a experiência de perda vivida permitiu
a ele a consciência da transitoriedade. Não há porque lamentar o sumiço do
macaquinho. O Menino tem consigo, guardado no bolso, o chapeuzinho de plumas e
o amigo macaquinho não está perdido no desvão do mundo, “ele só passeava lá,
aonde as pessoas sempre iam e voltavam”...
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