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domingo, 11 de março de 2012
Tratamento para Síndrome do Pânico
Técnicas da psicologia cognitiva para eliminar os sintomas do pânico
Para iniciar o tratamento da síndrome do pânico devemos observar algumas condições:
- Diagnóstico eficiente realizado por um psicólogo experiente, pois os sintomas podem confundir e fazer você acreditar que está com pânico quando na realidade pode ter TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo ou outro quadro ansioso.
- A cura da síndrome do pânico se tornará mais rápida quanto mais “isolada” estiver, ou seja, se não houver comorbidades (outros transtornos juntos como Transtorno Obsessivo Compulsivo, depressão, fobia social, hipocondria, delírios, esquizofrenia, etc ).
- Disposição para realizar as tarefas entre as sessões, pois serão fornecidos exercícios para serem realizados durante a semana.
- Comprometimento. Não interromper o tratamento nem prejudicá-lo com bebidas alcoólicas ou drogas.
Itens que não “atrapalham” o tratamento da síndrome do pânico:
- Tempo da doença. Mesmo que os sintomas da Sindrome do Panico estejam ocorrendo há muitos anos, sempre há possibilidade de reverte-los.
- Idade do paciente. Pessoas idosas e muito jovens conseguem os mesmo resultados.
Avalie seus sintomas
Antes de iniciar qualquer tratamento de síndrome do pânico precisamos saber o exato diagnóstico, pois não há perda de tempo maior do que tratar uma coisa quando na realidade se trata de outra doença. Você pode ter uma primeira noção através da lista abaixo.
Sintomas da síndrome do pânico
- Sensação de estar passando por um ataque cardíaco (quando esta possibilidade já foi descartada pelos médicos)
- Sensação de parar de respirar, falta de ar (quando a avaliação médica confirma que não há dificuldade física em respirar)
- Suor frio.
- Aceleração cardíaca.
- Mal estar geral.
- Medo de vomitar em publico (quando não há qualquer fator que provoque esta ânsia).
- Medo de ter dor de barriga (quando não há quadro clinico que justifique).
- Evitar dirigir ou de enfrentar transito – medo de ficar preso no transito.
- Medo de perder o controle.
- Medo de ficar preso em algum lugar.
- Medo de sair de casa desacompanhado.
- Dificuldade em se concentrar no que está acontecendo ao seu redor.
- Sensação de estar “enlouquecendo”.
- Evitar lugares específicos como cinema, mercados, ônibus, etc – por medo de passar mal.
- Desrrealização – Sensação de que o ambiente é real.
- Despersonalização – Sensação de você não ser você mesmo.
O que é síndrome do pânico
De forma bem resumida e prática podemos entender a síndrome do pânico como uma “Fobia aos estímulos corporais internos”. Devido a forte ansiedade e stress, há uma falha na interpretação das sensações do próprio corpo quando são percebidos erroneamente como sinal de grande perigo – as pessoas portadoras da síndrome do pânico consideram as alterações normais de aceleração cardíaca, respiração ou qualquer outra função corporal como irregular e perigosa. O motivo de o cérebro humano responder desta maneira se baseia no nosso passado pré-histórico, onde humanos precisavam de uma resposta rápida às ameaças físicas, ou seja luta ou fuga.
Como se inicia uma crise de pânico
Normalmente a pessoa está realizando alguma atividade corriqueira, em casa vendo TV, andando na calçada, no mercado, etc. Algum pensamento ansioso lhe passa pela mente, pensa em como lidar com seu casamento fracassado, o chefe exigente, pais doentes, etc. Seu organismo reage a este pensamento estressante com o mecanismo de luta ou fuga que a natureza primitiva o dotou e seu corpo inicia a preparação para “lidar com estes problemas” que são: ativar o sistema cardiovascular para melhorar a oxigenação do sangue em caso de precisar sair correndo, libera o conteúdo intestinal para você ficar mais leve em uma luta, você transpira para refrescar durante a fuga, etc. O que seu corpo não “sabe” é que você não vai lidar com seu chefe através da luta física, mas este mecanismo é iniciado automaticamente. Seu cérebro não entende porque seu corpo está reagindo assim e interpreta estas sensações como um ataque cardíaco, perda de controle, etc.
Existem características que indicam predisposição para síndrome do pânico
Pesquisas indicam que pessoas que possuam transtornos de personalidade de evitação ou por dependência são mais predispostas a apresentar o quadro de síndrome do pânico.
Tipos de ataques de pânico
- Ataque de pânico espontâneo – nos quais não são identificados os estímulos desencadeantes (gatilhos da síndrome do pânico)
- Ataque de pânico situacionalmente determinado – onde se identifica o estimulo desencadeante como por exemplo estar no cinema, mercado, túnel, avião, calçada, multidão, etc.
- Ataque de pânico situacionalmente predisposto – onde é provável, mas não há certeza, de que ocorrerá um ataque de pânico em contato com determinado estímulo.
Agorafobia
Na primeira vez que uma pessoa passa por um ataque de pânico a sensação é de total incapacidade de auto-controle, por isso passa a evitar situações que crê que a deixaria ansiosa, evita sair com amigos, ir à eventos sociais e até mesmo trabalhar.
Tratamento para a síndrome do pânico
O tratamento eficiente sem risco de recaída compõe-se de algumas etapas descritas abaixo:
Contestação das crenças irracionais
Técnica também conhecida pelos psicólogos como “reestruturação cognitiva”. Este é um trabalho muito forte no sentido de derrubar as crenças irracionais e pensamentos disfuncionais típicos da síndrome do pânico. É realizada a correção das avaliações errôneas das sensações corporais tidas como ameaçadoras.
As crenças mais comuns são: “Estou perdendo o controle”; “Estou fraco demais para lidar com estas emoções”; “Vou morrer de ataque cardíaco”; “Estou enlouquecendo”.
O terapeuta cognitivo fornece ao seu paciente um formulário chamado “Registro de pensamentos disfuncionais” para ser preenchido durante a semana. Na sessão seguinte estes pensamentos são confrontados de forma até perderem totalmente a força.
Exposição interoceptiva
O propósito desta técnica é romper a associação entre os sinais corporais e as reações da síndrome do pânico expondo o paciente em doses mínimas aos sintomas facilitando a habituação e dessensibilização.
É executada por meio de procedimentos que provocam de forma confiável sensações similares às da síndrome do pânico como exercícios cardiovasculares, hiperventilação, etc.
A exposição é realizada de forma graduada e muito bem orientada pelo psicólogo.
Re-treinamento da respiração
Claro que você sabe respirar, faz isso desde que nasceu, mas na síndrome do pânico você respira errado e não percebe que sua própria respiração piora os sintomas. A respiração ansiosa, realizada na parte superior de seu peito, tem a propriedade de lhe causar hiperventilação, e piora o quadro de mal estar.
O treinamento da respiração diafragmática (ensinada e praticada na clinica de psicologia e repetida em casa durante a semana) é um dos primeiros passos na superação da síndrome do pânico.
Relaxamento
Mente e corpo são intimamente ligados, não é possível que uma mente permaneça ansiosa se o corpo está relaxado. Portanto, o aprendizado de técnicas de relaxamento é outro importante passo inicial para superação da síndrome do pânico.
Prevenção de recaída
Para que não haja novas crises, o psicólogo atua nas sessões finais com técnicas cognitivas e comportamentais que garantam manutenção do sucesso da terapia.
Uma dica
Se dê o direito de ser otimista, pois há vinte anos esta síndrome nem tinha nome, os médicos enviam os pacientes de volta pra casa dizendo que tiveram “apenas um piripaque” – desrespeito que infelizmente não estamos livres ainda mas, hoje a psicologia desenvolve-se de forma espetacular. Nos últimos anos os laboratórios de pesquisa do mundo todo elaboraram todo um protocolo de atendimento que provou-se altamente eficaz.
Se chegou até esta página você também é a prova da forma espetacular que as informações são acessíveis hoje em dia.
Não permita ter a vida limitada por mais tempo com um sofrimento que pode ser eliminado.
“Todo material deste site é de meramente informativo, não substitui o acompanhamento, ou psicoterapia, oferecida por um psicólogo”.
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