... personalidade imatura, essa paixão pelas coisas do mundo costuma ser fugaz, apesar de ser sentido profundamente, e assim, passam de desejo em desejo, apaixonando-se sempre por outras coisas...
O QUE É NEUROSE?A palavra "neurótico", da maneira como costuma ser usada hoje, tem sentido impróprio. Poucos conhecem o significado deste termo que usam com tanta frequência. Muitas vezes, a palavra "neurose" é utilizada como sinónimo de "loucura". Isso não é verdade. A neurose é uma doença causada por motivos inconscientes. Trata-se de uma reacção exagerada da mente e do sistema nervoso em relação a uma "experiências desagradáveis". Isto leva o indivíduo neurótico a adoptar uma série de comportamentos para evitar essas situações mesmo que para isto prejudiquem seriamente sua liberdade de acção e a sua qualidade de vida.
O neurótico, tem consciência do seu problema e muitas vezes até se surpreende com seu próprio comportamento, porém, é típico sentir-se impotente em modificá-lo.
O neurótico não apresenta nenhum comprometimento em a sua inteligência e contacto com a realidade. Seus sentimentos também são normais.
TIPOS DE NEUROSES
Existem diversos tipos de neuroses, e a sua classificação difere de autor para autor. Porém, de modo geral, podemos afirma que os tipos principais de neurose são.
1. Neurose Fóbica: caracteriza-se pelo medo excessivo e evitamento, a todo custo, de determinado objecto ou acção.
2. Neurose de Ansiedade: Um sentimento de insegurança e ansiedade constante (mesmo sem nenhuma causa especifica), que deixam permanentemente irrequietas.
3. Neurose Obsesiva-Compulsiva: é associada a pensamentos persistentes e incontroláveis que levam a repetir determinados comportamentos específicos (como lavar as mãos centenas de vezes em um mesmo dia).
4. Neurose Histérica Tipo Dissociativa: perturbações da consciência, como lapsos de memória, sonambulismo e , em casos muito raros, personalidades múltiplas.
5. Neurose Histérica Tipo Conversão: sintomas físicos sem explicação médica.
6. Neurose Depressiva: sentimento extremo de tristeza causado por algum acontecimento, mas que não diminui com o tempo.
7. Neurose Hipocondríaca: preocupação permanente com doenças imagináveis e sintomas corporais.
NEUROSE TEM TRATAMENTO?
Com um acompanhamento adequado de um terapeuta e um cooperação apropriada do próprio a maioria das neuroses podem ser "curadas" ou amenizadas a ponto de não comprometerem o bem estar.
Para que isso ocorra, é necessário uma intima investigação da sua própria personalidade, para que consiga descobrir e vencer os seus medos inconscientes, e assim livra-se da sua problemática.
Algumas vezes, em casos mais graves, uma intervenção medicamentosa também é necessária (normalmente em casos de Neuroses Depressivas Graves). Nesse caso, o psicólogo executa um trabalho conjunto com um técnico médico, em geral, um psiquiatra. Há muitas outras técnicas que serão decididas em conjunto após uma conversa informal e que trará os resultados mais adequados a cada situação.
NEUROSE E A SOCIEDADE
Neurose não é contagiosa.!. Há casos em que a neurose realmente alcança um patamar que impede a pessoa de exercer suas actividades normais. Mas isto não é muito comum. Neurose não é sinónima de incapacidade, nem de inferioridade ou loucura. Muitas figuras famosas da Historia, que se sobressaíram como cientistas, músicos, artistas e escritores eram neuróticos.
Todos nos, se observarmos com cuidado, provavelmente, temos algum amigo neurótico, somos neuróticos ou temo traços neuróticos. Portanto, antes de pensar em qualquer tipo de discriminação é importante lembrarmos sempre que, primeiro olhe no espelho, veja suas “faltas” e aí… se ainda sobrar um tempinho, que creio não vai … então repare no vizinho. Todos temos o nosso papel na Sociedade, cada um desempenhando o seu…. Hoje falamos neurótico, amanhã terá outro nome qualquer… no fundo, somos todos humanos tentando fazer o nosso melhor neste planeta … um tanto caótico!
Estruturas da Personalidade – NEUROSE (parte I)
Antes de começar, gostaria de deixar claro que temos sintomas que enquadram-se nas diversas estruturas (já referi e irei referir), o que acontece é que "sedimentamo-nos" numa só estrutura (ocorre na infância) e na qual normalmente permanecemos ao longo da vida, excepto se nos permitirmos analisar e reorganizar psicologicamente. Normalmente a palavra neurótico tem um sentido pejorativo ou mesmo ofensivo, ligado à "loucura", contudo não corresponde à realidade. A neurose não é sinónimo de loucura. O neurótico não apresenta nenhum comprometimento no contacto com a realidade externa nem se encontra lesada a sua racionalidade e intelectualidade. A neurose é essencialmente uma reacção exagerada da mente e do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida, podemos dizer que é uma maneira da pessoa Ser e de reagir à vida. A pessoa È neurótica e não está neurótica, controlado ou em crise. Há uma grande dificuldade em resolver os conflitos actuais e adicionam-se as experiências infantis conflituosas. È uma doença? Sim, é uma doença emocional, afectiva e da personalidade. Normalmente crónico ou recorrente e pode levar a um grau de incapacidade social e/ou profissional. Caracteriza principalmente por ansiedade que é experimentada ou manifestada de modo directo ou modificado através de mecanismos de defesa, assim pode manifestar-se como um sintoma, uma obsessão, compulsão, fobia ou disfunção sexual. As neuroses interferem e estão presentes nos problemas de aprendizagem, no desenvolvimento da personalidade, nos conflitos familiares e crises conjugais. O neurótico reage à vida através de reacções vivenciais não “normais”, isto quer dizer que, as reacções são desproporcionais, seja pelo facto de serem duradouras ou existirem mesmo sem haver uma causa vivencial. Por exemplo, um receio intenso de andar de avião porque pode cair, pode ser sequestrado, etc. A forma exagerada de reagir leva o neurótico a adoptar uma serie de comportamentos, p. ex. evita lugares, desenvolve certos rituais, etc, tudo isto para evitar e aliviar a ansiedade e/ou angustia. O neurótico tem plena consciência do seu problema, muitas vezes até surpreende-se com o seu comportamento mas sente-se completamente impotente para alterar ou modificar a forma de lidar consigo, isto devido às causas permanecerem no inconsciente. Por ex. enquanto uma pessoa não neurótica (ex. psicopata) reagiria sem qualquer constrangimento ou ansiedade fase a um compromisso social, neurótico normalmente reage com muita ansiedade (desproporcional), mais do que a maioria das pessoas em situação idêntica. Face a um compromisso desses já começa a sofrer (ansiedade) uma semana antes do evento (muito douradouro) ou mesmo fica ansioso só de imaginar que terá um compromisso social (sem causa aparente). Por ex. num determinado ambiente, elevador, autocarro, avião, meio de uma multidão, o neurótico pode sentir-se muito mal, pensando que poderá acontecer alguma coisa de mal (desproporcional) ou começa a sentir-se mal só em pensar que terá de passar por essa situação (sem causa aparente). Esta e outras situações conduzem a uma vivência de impotência e geram, logo no inicio o medo, esse temor existe em todos os estados neuróticos. Este medo pode ser substituído pelo desespero (fuga) ou resignação.
Estruturas da Personalidade – NEUROSE FOBICA
A Neurose fóbica, como referi no art ant. é caracterizada por um medo excessivo e evitamento, a todo o custo, de determinado objecto ou situação. Como todas as situações, reais ou não, que conduzem a uma situação de impotência, o final deste sentir conduz necessariamente ao medo e este só pode existir quando se luta por uma vitoria e é provável uma derrota. No neurótico fóbico desaparece esta perspectiva de vitoria, o medo é substituído pelo desespero (fuga) ou resignação. A vida passa a ser uma sobrevivência infernal. Isto porque por instinto de auto conservação o neurótico defende-se com todas as suas forças, conservando, ao menos, a aparência do seu valor próprio, mesmo quando duvida ou nega profundamente tal valor através de racionalizações. Na neurose fóbica, a ansiedade é uma constante vivência diária agravando-se seriamente quando surgem os ataques de pânico cujos sintomas mais comuns são: palpitações rápidas ou violentes; dores no peito; vertigens; enjoo; náuseas ou problemas de estômago; dificuldades respiratórias (sensação de asfixia);sudação das mãos e transpiração; terror(sentir que algo terrível vai acontecer e q não pode ser evitado);medo de perder o controle ou de fazer algo que cause vergonha; medo de morrer ou enlouquecer. Depois do 1 ataque de pânico permanece uma continua preocupação de que a qualquer momento possa novamente surgir, p. ex. se o ataque acontecer quando vai a conduzir, dentro de um avião, a fazer compras num local cheio de gente ou num cinema, os medos irracionais surgem e passa a fazer sentido evitar a todo o custo essas mesmas situações. Surge o medo de ter medo, o evitar sentir novamente o medo, o que, com o tempo, a necessidade de evitar estas situações e o grau de ansiedade devido ao medo podem incapacitar seriamente a vida diária. Pouco a pouco a vida torna-se mais restrita, pois evitam situações diárias normais, e pode até acabar por não sair de casa ou somente o fazer quando acompanhado por alguém que sente muita confiança. Quando o ataque acontece, normalmente o neurótico não faz ideia do que se está a passar e recorrer às urgências é sempre uma das saídas, o que por vezes não conduz a melhor recordação pois os exames exaustivos acabam por eliminar e existência de causas físicas, o que conduz a sentir-se mais perdido, impotente e indefeso perante os seus ataques incompreensíveis. O que o neurótico precisa é dar coerência e ter conhecimento ao seu mal, pois é por isso que permanece tão ansioso e assustado. Mas o problema não é detectado devido a estar mascarado por sintomas físicos e estes passarem a ser o centro das atenções e preocupações para ambos, medico e paciente, quando na verdade são manifestações de conflitos emocionais inconscientes, os quais o neurótico não consegue compreender e organizar. Normalmente a combinação de vários tratamentos é necessária, psicoterapia e medicação, dependendo do grau de ansiedade em que se encontra.
Estruturas da Personalidade – NEUROSE ANSIOSA
A Neurose mais comum nesta fase evolutiva da humanidade é sem duvida a Ansiosa. Como referi anteriormente, a ansiedade e medo são originários da mesma fonte psíquica, mas a característica mais acentuada desta neurose é a vontade que a pessoa sente para que as situações ou acontecimentos em que se envolve acabem rapidamente, que se concluam as coisas pendentes e isto acontece precisamente devido ao sentimento inconsciente de medo que sempre acompanha, do pressentimento que algo de ruim possa acontecer, algo vai correr mal e assim, apressando e concluindo rapidamente alivia a sensação constante de perigo. Sintomas como a inquietação motora, sensações de angustia (aperto no peito/garganta), sudorese, taquicardia, mal estar generalizado. Há uma constante inquietação que pode levar a roer as unhas, puxar o cabelo (as pontas), mexer em algo, permanecer balançando as pernas e/ou braços, falar constantemente com muita dificuldade para escutar o outro ou o compreender. Também os vícios como, fumar (nicotina tem acção ansiolítica e até antidepressiva), comer excessivamente (açúcar é um poderoso calmante), o álcool (efeito ansiolítico). O neurótico procura involuntariamente várias saídas para aliviar o sintoma, por vezes através de vias mais perigosas como as drogas (p. ex. cocaína, ópio e morfina). É muito difícil lidar diariamente com a sensação de ansiedade e na maior parte das vezes o neurótico não identifica que se trata de ansiedade, de um medo que não consegue dar uma razão lógica para o seu mal estar, “medo de quê?”; “mas não há razão para me sentir assim..?”. È uma característica típica procurar uma solução rápida para acabar com a desagradável sensação e assim, as drogas ou outros métodos ineficazes (a longo prazo) trazem alivio imediato à persistente ansiedade. O problema é que tudo permanece igual no dia à dia, não existem muitas vezes razões visíveis para tão intensa ansiedade pois a percepção de qualquer conflito psicológico está inconsciente e muitas vezes, devido a este mal estar, tudo se pode arranjar para “deitar cá para fora” p. ex. brigas com o cônjuge, com os filhos, arranjar problemas onde não existem. Hoje é comum a todos nós que “mente acelerada é mente desequilibrada”, mas a nossa vida actual exige e estimula em demasia a nossa mente, sempre exigindo elaborações e raciocínios rápidos, não permitindo que os nossos recalcamentos possam ficar “escondidos e adormecidos”. P. ex. conflitos inconscientes são diariamente activados com as inúmeras noticias e desafios que acabam tocando profundamente as nossas mais tenras lembranças que não foram organizadas e elaboradas. Quanto mais equilibrada e organizada estiver a mente maior sensação de calma, paz e tranquilidade e estes sentimentos pouco acompanham, por vezes, uma inteira vida. A ansiedade pode monopolizar as actividades psíquicas e comprometer seriamente a nossa vida, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade. Na verdade a vida é sempre vivida pela metade, sem uma entrega verdadeira às emoções e sensações que tanto nos permitem valer a pena esta caminhada tão limitada no tempo.
Estruturas da Personalidade – NEUROSE HISTERICA
Uma das neuroses mais conhecidas, durante séculos foi atribuída uma manifestação de fraqueza na mulher. Era um verdadeiro insulto rotular um homem de histérico visto ser o sinónimo de “fragilidade”, o que levou ao homem esconder seus sintomas, hoje mascarados p. ex. por, preocupações hipocondríacas, medos de ataques cardíacos, palpitações, dores diversas, vertigens, etc. E, tal como na mulher, há também uma especial preocupação pela aparência, um cuidado em relação aos gestos, ao modo de falar, comportamento, penteado, etc. um desejo de agradar a todos domina a vida e é inconsciente. Contudo é melhor definida nas mulheres possuindo o seu carácter 3 aspectos fundamentais: sugestionabilidade, mitomania e alterações sexuais. Mas vamos aos sintomas: caracterizada por um comportamento colorido, dramático e extrovertido que normalmente se apresenta como exuberante. Frequentemente animados e dramáticos, tendem a chamar a atenção para si e podem, de inicio, encantar as pessoas com quem se relacionam pelo seu entusiasmo, aparente franqueza ou capacidade de sedução, mas, tais qualidades acabam se dissipando pois continuamente exigem o papel do “dono da festa” e manifestam evidentes traços de vaidade, egocentrismo, exibicionismo e dramatização. Nesta tentativa de representar um papel que lhes é negado pela vida ou por suas próprias limitações pessoais, o problema é que o histérico também faz teatro para si, tal como para os outros (sua grande plateia). Pode haver fases em que já não sabem onde termina a realidade e começa a fantasia e passam a acreditar nos seus próprios mitos e encenações. Também devido a esta excepcional teatralização podem dissimular o papel de “coitadinho”, p. ex. sempre a queixar-se da incompreensão dos outros mas jamais tentam compreende-los ou entender que os outros não tem obrigação de lhes dar permanente atenção e compreensão. Normalmente glorificam a doença, as queixas somáticas e atribuem todos os eventuais fracassos ou limitações a eventuais transtornos orgânicos que os impedem da sua sempre presente boa vontade. Ex. de manifestações funcionais de aparência orgânica são, paralisias, perturbações sensoriais, crises nervosas, sono, etc. e outros distúrbios típicos como a mitomania (mentir), onirismo, amnésia, tiques, etc. As opiniões e sentimentos são facilmente influenciados pelos outros e por tendências do momento. Tal como nas neuroses descritas anteriormente, é causada por conflitos psicológicos inconscientes e assim, embora teatralizado é realmente sentido e vivido pelo histérico. O Histérico è exagerado “por natureza” nos pensamentos, sentimentos, apresentam acessos de mau humor, lágrimas e acusações sempre que percebe não estar no centro das atenções ou quando não recebe elogios e aprovações. Sexualmente, a histeria, determina um comportamento sedutor, provocante, com tendência a erotizar as relações não sexuais do dia à dia. Como nas outras neuroses, apresenta uma personalidade imatura, mais evidente na histeria pela sua infantilidade evidente.
Estruturas da Personalidade – NEUROSE HISTERICA
Como referi no art. Ant, a histeria, como neurose, apresenta uma personalidade imatura, mais evidente na histeria pela sua manifesta infantilidade. Uma característica evidente na sua personalidade é a sua constante inquietação, o que torna o aqui e o agora sempre tedioso. Aprenderam no berço a chorar alto para satisfazer rapidamente os seus desejos (o de comer), aprendizagem que conduz a que caminhem pela vida fora “chorando alto” sob as mais diversas formas de comportamento para conquistarem aquilo que mais desejam. Tal como algumas crianças, que estão sempre insatisfeitas, que desejam compulsivamente alguma coisa e a intolerância que sentem face à frustração desse querer não realizado, provoca uma enorme carga emocional. Assim, sentem uma grande dificuldade em protelar o prazer, dificuldade em ser expectantes face a um querer, dificuldade em abnegar hoje em benefício da segurança do amanhã. As sensações impressionam muito os histéricos, muito mais do que a reflexão ou o sentimento e assim, o mundo objectal exerce um enorme fascínio, podem desenvolver tempestades emocionais diante das frustrações na relação com o mundo, como se, o seu querer-isso ou querer-aquilo não pudesse ser contestado ou contrariado. Mas, como referi, devido à sua personalidade imatura, essa paixão pelas coisas do mundo costuma ser fugaz, apesar de ser sentido profundamente, e assim, passam de desejo em desejo, apaixonando-se sempre por outras coisas. Normalmente extrovertidos, demonstram exuberantemente suas emoções e teatralizam os seus sentimentos, nunca sabemos exactamente quais os seus sentimentos mais íntimos, embora facilmente conhecemos as suas emoções imediatas. A sua avidez pelo lugar principal, leva a que, num relacionamento entre duas pessoas imaturas seja habitualmente muito conflituoso. Uma outra característica da histeria é a sua sensibilidade intensa aos estímulos que os rodeiam e que provocam uma enorme ansiedade. Esta intensidade faz com que, muitas vezes, não consigam decifrar ou elaborar o que está acontecendo, o que faz aumentar a sua ansiedade a níveis muito altos, tencionando ou perturbando funcionalmente a operação de órgãos que estejam relacionados com o Sistema Nervoso Central, e só quando a tensão ou ansiedade baixa é que o sintoma desaparece. A histeria pode ser dividida em 2 manifestações. Na histeria dissociativa, o estímulo é sentido de forma tão intensa que quebra a funcionalidade da própria mente, descoordenando-a e levando o histérico a actos dissociados da realidade por mais ou menos tempo. Um ex. engraçado de reacção associativa é a quando aparece uma barata ou rato e num descontrole total sobe para a cadeira e grita desesperadamente (não quer dizer que a pessoa é histérica, pode ter uma traço histérico na sua personalidade). A barata é sentida como um estímulo intensíssimo, assustador, além de extremamente nojento e asqueroso, e imediatamente surge a dissociação. Um monte de atitudes desconexas, que não resolvem a situação mas que não tem controle. As vezes estas dissociações são tão fortes que a pessoa entra em estados transitórios de loucura e por vezes desmaiam. Na histeria conversiva, há um estímulo inconsciente, uma ansiedade que não consegue emergir para o consciente por mecanismos repressivos da mente mas que contêm uma energia que precisa manifestar-se e que acaba eclodindo através de um sintoma físico que mantêm uma relação simbólica com o conflito. P. ex. há uma raiva em relação ao pai, a educação reprimida (não pode sentir raiva pelo pai) impede manifestar essa raiva, adicionando a culpa por esse sentir que não deve mostrar, (mas está lá) e a raiva vai aumentando. Embora sem consciência deseja dar um soco ao pai, subitamente surge o sintoma histérico, uma paralisia no braço, que vai impedir concretizar o desejo proibido inconsciente. A Conversiva pode manifestar-se em qualquer parte do corpo (cegueira, surdez, afonia, anestesias, dores de cabeça ou qualquer outro sintoma que não encontre razões orgânicas). Finalmente, a atitude histérica é inversamente proporcional ao bem estar emocional e tranquilidade, o ditado segundo o qual, "quem está bem consigo não incomoda aos demais" e assim a pessoa que teatraliza exageradamente não está bem consigo própria, não se sente tranquila, está em desequilíbrio emocional. Também é verdade, um conhecido ditado diz que “nos frustramos na proporção exacta daquilo que queremos”, sugerindo assim, haver maior probabilidade de nos frustrarmos diante da atitude de querermos muitas coisas.